segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Aquela Coisa

O amor é aquela coisa,
aquela coisa que não dá para descrever
que não para descrever devido á complexidade,
Que o próprio amor teima em não esclarecer.

O amor é aquela coisa,
aquela coisa que só dá para sentir,
para sentir por nós e pelos outros,
Seja a falar, a chorar, ou a rir.

O amor é aquela coisa,
aquela coisa interessante de se falar,
de se falar quando se está a comer,
a reflectir ou apenas a caminhar.

O amor é aquela coisa,
aquela coisa que tentei caracterizar neste poema,
apesar de ter sido uma tentativa falhada;
Sinceramente, acho que não valeu a pena.

14 de Janeiro de 2008

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Engolido pelas Palavras

Engolido pelas Palavras

Pingos de leite caindo suavemente sobre a tigela fria, já povoada de cereais de chocolate vindos das searas de trigo.

Ao ler aquela frase, pensei na tarde do dia anterior, quando a Susana tinha ido lá a casa. Acho que foi o lanche mais animado e delicioso da minha vida, até hoje.

A cor do leite ia passando de tonalidades puras para tons mais achocolatados, dando um ar mais apetecível à taça.

E o livro insistia na descrição! Era impressionante! Era como se estivesse a ver reflectida a realidade do dia anterior. Mas, mesmo assim, menos pormenorizada. A realidade é sempre mais real que qualquer descrição.

A colher mergulhou no leite, elevando-se segundos depois no ar com os cereais como passageiros de uma viagem de sabores.

O livro estava de tal forma escrito que parecia que estava a decorrer um momento de acção. Parecia entusiasmar a leitura como se de uma luta intensa se tratasse.

Após os cereais terem sido devorados por uma fissura gigante na espalmada cara de algum estranho ser assassino, a tigela ficou com menos quatro membros.

A história estava afinal vista através de que ponto de vista? Do dos cereais? Apesar de tudo, era como que se o autor estivesse estado presente no dia anterior a observar a cena do lanche entre mim e a Susana.

Menos quatro cereais.

Era uma coincidência muito oportunista, pois adorei lembrar-me dos acontecimentos já passados. Era bom rever o sabor do chocolate. Através das palavras.

Ser amaldiçoado esse que devora sem nunca pensar nas consequências para a presa. Que não admite que o tempo não é infinito para o mundo.

De repetente o modo de escrita mudara. Parecia agora mais sensibilizador. Parei de pensar no lanche e comecei a estranhar a mudança de escrita.

Se soubesse o quanto o detestamos. Se soubéssemos o porquê dos seus gostos
desperdiçadores!

Já não era melodioso, mas sim deprimente.

Morte aos inimigos da Natureza!!

Logo eu, que vivia a escrita de modo intenso, logo eu tinha de ler este livro! Porque é que o havia comprado?! Lera as primeiras três frases e achara tão musical…

Morte aos inimigos da Natureza!!

Era demasiada pressão. A culpa era minha, não devia entrar tanto dentro da leitura. A minha cabeça tombou para trás e bateu no chão, sentindo uma dor aguda atingir o meu crânio.

Morte aos inimigos…

Depois, uma luz. Depois um vazio. Depois, uma queda virtual. Mas real.

Morte.


Tiago

PS: Eu sei que também vocês devem ter lido isto de modo intenso. :)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Ritual

Ritual

O meu ritual era sempre igual. Pegava numa folha branca, num lápis de cor azul, e traçava um risco horizontal. Depois, outro paralelo ao primeiro. E por aí adiante.

Passava um tempo.

Depois de o padrão estar preenchido, traçava um risco na vertical. Em seguida, outro paralelo a esse. E por aí a diante.

Passava mais um tempo.

Depois fixava os olhos no meu trabalho. Era uma folha monocromaticamente azul. Era o padrão da minha vida. Era o Ritual que estava destinada a seguir…


Tiago

PS: Este é o texto mais simples que já fiz em toda a minha vida, e talvez o que acho que tem menos valor. mas se se concentrarem, vão achar algum significado. Boa sorte ;)

domingo, 21 de outubro de 2007

Um Ponto de Luz

Um ponto de luz

Enquanto deambulava na margem do lago limítrofe que era maior que a França inteira, senti um ligeiro tremor de terra. Olhei para o mar e vi que este permanecia calmo. Mas, num instante, revoltou-se, e as ondas elevaram-se bem alto, fazendo-me recuar. E, efectivamente, o mar também recuava, mas depois avançava, e recuava de novo. As nuvens cobriram o céu, e a trovoada fez-se sentir. Começou a chover, e as ondas eram cada vez mais fortes! E, depois, tudo parou. Como se tivesse parado o tempo, as ondas hesitavam em avançar mas também não diminuíam. Tudo estava parado. Em "Stop". Olhei melhor e, afinal de contas, algo brilhava lá no fundo. Um ponto de luz no meio de um quase oceano. Era um nenúfar. Um nenúfar que simbolizava a paz. Um nenúfar que simbolizava a calma. E a paz. Então sorri, e a trovoada parou, as nuvens foram-se e as ondas recuaram. E o nenúfar subiu, e brilhou mais alto. Iluminou o mundo. Para sempre.

Tiago

PS: Tentei ilustrar uma tipica situação de história: Tudo bem - Tudo mal - Tudo bem. Obrigado ;)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Fúria

Fúria

Tudo estava calmo, sereno. E tudo permaneceria calmo, e sereno. Mas isso não aconteceu. Porque a calma e a monotonia [a calma será assim tão monótona?] foram interrompidas pela fúria, soltada num berro pela natureza. Um ataque, fulminante. Uma vida a menos, para satisfação de ninguém. De alguém. De um animal que nem sentimentos têm.

Um urso pardo.

Os seus pensamentos cobertos por uma névoa parda, no limiar entre o preto e branco, uma mistura entre as cores do pêlo do panda. Porquê? porque é que o urso atacou a criança que teria um futuro brilhante pela frente, seifando-lhe a vida? Talvez porque a Natureza nem sempre é justa. E a sua fúria foi libertada num grito. O urso tinha uma mente parda e nublada. E não viu nada à frente. A não ser uma criança. E berrou, num grito de guerra que matou.

Tiago

PS: Um pequeno exercicio baseado nalguns docomentários acerca de ataques de ursos nas crianças.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Desterrado por uma cadeira de madeira!

Desterrado por uma Cadeira!

Tudo aconteceu há umas horas. Sentei-me na minha cadeira e de imediato me mandaram sair dali. Estranhei, pois a cadeira era minha. Era de madeira de carvalho, tinha 3 pernas e a base era, portanto triangular. Já tinha pertencido aos meus avós, que por sua vez tinham-na comprado a um fidalgo de um antigo monarca. Era preciosíssima, e não a abandonaria fosse pelo que fosse. Então perguntaram-me.
- Nem pela tua vida?
E eu disse que não. Nem pela minha vida. Então mataram-me. O que se passou a seguir não sei, até porque já lá não estava. Só sei que na outra dimensão não existiam cadeiras. Logo, deitei tudo a perder…

Tiago

PS: Um texto simples, que criei há relativamente pouco tempo. É quase como que uma metáfora a muitas situações possiveis, apesar de valer por si e ter uma metáfora bastante fácil de detectar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Poema Fútil

Poema Fútil

Li a palavra,
Os dados estavam lançados,
A minha mente expeliu uma série de ideias cá para fora,
Mas nada de organizado.

E vi-me obrigado a organizar,
Mas não o sabia fazer,
Pois nunca tinha tido tempo de aprender
Sequer a organizar a vida.
Quanto mais um poema.

E por isso à medida que as palavras saiam,
Eram colocadas no poema rapidamente,
Num intuito de não se perderem pelo caminho
[O que para algumas era inevitável].

Daí que tenha surgido
Este Poema Fútil,
E privado
De significado.


Tiago

PS: Penso que o poema explica a sua própria situação e o meu estado de espirito quando o fiz. Espero que gostem =D